sexta-feira, 7 de junho de 2013

A besta de Omaha


A história deste homem talvez confirma algo que muitos estudiosos estimam: o Dia D foi uma vergonha para 
os aliados, uma operação desesperada preparada para invadir o território inimigo às custas de muito sangue de seus homens. Um episódio que, não foi por um acaso que foi o mais importante, foi uma atitude irresponsável dos americanos e ingleses para poder chegar a Berlim antes que os comunistas o fizessem, tomando o crédito de derrotar o III Reich. 

Para o soldado alemão Hein Severloh, o “Mais longo dos dias” foi atirar com uma metralhadora por cerca de nove horas, sem intervalo, em soldados americanos que desembarcavam na praia de Omaha, o setor americano do Dia D. 

Severloh estava seguro em um quase impenetrável bunker de concreto observando a praia. Sua visão das forças aliadas que desembarcavam estava totalmente desimpedida de obstáculos. Ele foi o último soldado alemão disparar tiros em Omaha, e estima-se que foi responsável por mais de 3.000 baixas americanas, quase três quartos de todas as baixas aliadas em Omaha Beach. Os americanos o chamam de “A Besta de Omaha”.

Ele se salvou das ondas de bombardeios aliados pelo mau tempo. Os pilotos americanos tinham medo de, soltandos as bombas muito cedo, acertar seus próprios navios de desembarque, e assim a maior parte delas caiu além dos bunkers alemães.
Os alemães faziam piadas dizendo que os “Amis” – apelido das forças americanos – conseguiram acertar somente vacas e fazendeiros franceses longe das forças alemãs..
Alertado pelas bombas, Severloh e outros 29 soldados em seu bunker correram para os ninhos de metralhadora e se prepararam para o massacre. Severloh, então com 20 anos, engasgou quando viu o oceano. Ele enxergava uma muralha de navios americanos. Ele disse: “Meu deus, como vou sair dessa?”.
O veterano exclamou: “O que eu podia fazer? Eu jamais escaparia. Estava lutando por minha vida. Era eles ou eu. Eu pensei tudo isso".

À medida que os navios com as tropas inimigas se aproximavam, Severloh podia ouvir as ordens finais de seu comandante, Lieutenant Berhard Frerking. O objetivo era parar os americanos enquanto eles ainda estivessem no mar e não pudessem se locomover com facilidade. Mas se disparasse tão cedo - com os inimigos ainda no mar - ele poderia errar.
Frerking explicou: “Você precisar abrir fogo quando o inimigo está com a água nos joelhos e ainda não tem condições de correr ”.
Hein Severloh não tinha participado de muita ação antes disso. Seu cargo anterior, no front oriental, foi não durou muito porque ele teve uma crise de amidalite. Ele não mostrava muito entusiasmo. “Eu nunca quis participar da guerra. Nunca quis conhecer a França. Nunca quis estar num 'bunker' atirando com uma metralhadora.”

Severloh atirou por nove horas, usando mais de 12.000 cartuchos de uma Mg 42. O mar estava manchado pelo vermelho do sangue dos corpos dos GIs,soldados americanos. Quando a munição para a metralhadora acabou, ele começou a atirar com seu rifle, gastando mais 400 cartuchos.
Um conceituado historiador alemão da Segunda Guerra Mundial, Helmut Konrad Freiherr von Keusgen, acredita que Hein Severloh pode ter sido responsável por 3.000 das 4200 baixas americanas no dia.
Severloh não tem tanta certeza desse número, mas diz “Foi, definitivamente, mais de 1.000 homens, provavelmente mais de 2000. Mas eu não sei quantos eu acertei. Tudo foi horrível. Pensar nisso me faz passar mal. Eu quase esvaziei um barco de desembarque inteiro. O mar estava vermelho na praia, e eu podia ouvir um oficial americano gritando histericamente em um amplificador”.

"Eu estava em uma posição que tornava quase impossível que os americanos, lá da praia, me atingissem. Os americanos cometeram o erro de não desembarcar tanques com as primeiras ondas de tropas, de modo que as tropas ficaram sem nenhuma proteção."

Para Hein Severloh, a guerra começou e terminou esse dia.
O seu bunker foi colocado fora de combate por uma granada que matou o seu oficial comandante. Foi feito prisioneiro pelos americanos e enviando aos Estados Unidos cinco dias mais tarde. Ficou três anos como um prisioneiro de guerra. Em 1959, sua história tinha se tornado publica nos Estados Unidos.

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